Chegou a hora da dança das cadeiras na administração de Porto Velho

Publicada em 

6 de julho de 2025

às

19h12
Todo secretariado se divide em três grupos: os que trabalham, os que não trabalham e os que fingem que trabalham

 

Edson Lustosa

Por mais inovadora que se proponha a ser, a gestão de Léo Moraes como prefeito de Porto Velho jamais conseguiria, pelo menos em sua fase inicial, romper laços que amarram a cultura administrativa local. Um deles é a triste constatação de que todo secretariado se divide em três grupos: os que trabalham, os que notadamente não trabalham e os que fingem que trabalham.

Feitas essas desconsiderações iniciais, convém lançar olhos sobre o momento político-administrativo que o Município de Porto Velho está vivendo, com a implantação de nova estrutura organizacional. Desaparecem várias secretarias, outras são mantidas e outras são, por assim dizer, criadas; ou, pelo menos, renomeadas.

A questão é quem irá assumir as “novas” secretarias, considerando-se a possibilidade de que aquelas que permanecem com o mesmo nome e basicamente com as mesmas atribuições permaneçam também com os mesmos titulares. Já as que ganham nova cara oportunizam novas nomeações. E haverá ainda o efeito-cascata, com os novos secretários compondo novas equipes.

Sobre a nova estrutura organizacional em si, uma apreciação mais precisa só poderá ser feita depois de experimentada. O que não impede que, já à primeira vista, provoquem estranhamento algumas distribuições de atribuições em pastas distintas. Esse estranhamento se justifica, principalmente, por saber-se que a lei da reforma administrativa, em sua versão original, juntava alhos com bugalhos, misturando agricultura com meio ambiente.

Felizmente veio nova lei, alterando esse dispositivo bizarro, deixando que a agricultura fique junto com a pecuária e o abastecimento, o        que é pertinente e recomendável. Por outro lado, a comunicação social, que deve ser planejada e concebida em caráter eminentemente instrumental, foi guindada a secretaria. Sabe-se lá o que se pretende com isso, mas dá para prever alguma coisa a partir dos exemplos deixados por tal experiência na história de Rondônia.

Enfim, alea jacta est. Boa sorte aos gestores. Que a terra lhes seja leve.

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