TCE-RO aponta falhas graves em hospitais estaduais durante fiscalização em Porto Velho

Publicada em 

14 de julho de 2025

às

12h32

As Fiscalizações Permanentes na Saúde, realizadas neste domingo (13), pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO), revelaram falhas estruturais, insuficiência de profissionais e falta de insumos básicos em hospitais estaduais de Porto Velho. Foram vistoriados o Pronto-Socorro João Paulo II, o Hospital de Base Ary Pinheiro, o Hospital Infantil Cosme e Damião e o Cemetron, referência em doenças infectocontagiosas.

As equipes do TCE coletaram documentos, registros fotográficos e ouviram profissionais de saúde, gerando relatórios técnicos que já foram encaminhados à gestão estadual ainda no domingo. A ação busca melhorar a assistência à população e as condições de trabalho nas unidades de saúde.

João Paulo II enfrenta superlotação e equipamentos parados

No Hospital João Paulo II, o TCE apontou superlotação, uso de corredores como áreas de internação, e falhas graves de infraestrutura. O aparelho de raio-X segue inoperante, mesmo após notificação prévia à direção da unidade. Outros equipamentos essenciais, como ventiladores mecânicos e tomógrafo, também apresentam problemas.

A infraestrutura está deteriorada, com banheiros em estado crítico, infiltrações e mobiliário improvisado. Foram identificadas falhas graves na limpeza e na oferta de materiais de higiene, incluindo o uso de panos coletivos para higienização das mãos.

Cosme e Damião tem falhas na estrutura e ausência de servidores

No Hospital Infantil Cosme e Damião, a equipe identificou falta de servidores nos plantões, equipamentos parados por falta de manutenção e persistência de falhas de infraestrutura já apontadas em fiscalizações anteriores. O problema com aparelhos de ar-condicionado ainda não foi resolvido.

O hospital também enfrenta superlotação, mas a limpeza geral da unidade e o empenho das equipes de enfermagem foram registrados como pontos positivos.

Hospital de Base opera com equipe reduzida e falta de medicamentos

No Hospital de Base Ary Pinheiro, foi constatada a falta de profissionais, especialmente na área obstétrica. O sistema de classificação de risco estava desativado, forçando pacientes em trabalho de parto a esperar nos corredores.

A UTI Neonatal também opera com equipe reduzida. Há ausência de sala de recuperação pós-anestésica, vazamentos e instalações sanitárias inadequadas. Faltam insumos básicos como gaze, termômetros, luvas e seringas.

Cemetron tem equipamentos expostos ao tempo e quedas de energia

No Cemetron, foi registrada a existência de apenas um aparelho de gasometria funcional, enquanto o equipamento de bioquímica apresenta falhas frequentes. Vários equipamentos estão armazenados em corredores ou áreas externas, sem proteção contra o tempo.

A unidade sofre ainda com quedas frequentes de energia, déficit de reagentes laboratoriais e ausência de sala de raio-X. O abrigo de resíduos é usado como depósito, e resíduos comuns ficam expostos a céu aberto.

População reconhece importância das fiscalizações

Diversos profissionais e usuários elogiaram a atuação do TCE-RO. A técnica de enfermagem Janaina Rodrigues, com o pai em atendimento no João Paulo II, afirmou que “é onde está a esperança para todos”. Já o motorista Lucivaldo da Costa, que acompanhava a mãe, comemorou a ação: “A gente fica feliz de ver o TCE fazendo a fiscalização”.

A servidora Santa Spagnol, que coordenou as ações, reforçou o objetivo da fiscalização: “Contribuir com a melhoria do atendimento à população e das condições de trabalho dos profissionais de saúde”. Para o auditor Leonardo Costa, a missão do Tribunal é clara: fiscalizar, relatar e cobrar soluções da administração pública.

As inspeções reforçam a necessidade de ações imediatas do Governo de Rondônia para garantir a segurança no atendimento, a integridade da infraestrutura hospitalar e o cumprimento dos protocolos assistenciais.

Por News Rondônia

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